Dia 25: até breve Cusco
- marianaoliveiracos2
- 27 de jan. de 2022
- 5 min de leitura
Pode parecer sádico imaginar que queiramos regressar ao Perú e mais concretamente a Cusco, mas ficámos com um sentimento de que ainda podemos ser realizados aqui! Não dizemos felizes, porque apesar de todas as contrariedades, acabámos por nos rir bastante e ser felizes à nossa maneira. Queremos ser realizados porque queremos fazer ainda várias coisas, sendo a principal a subida ao Machu Picchu!
Sendo o último dia em Cusco e não tendo grandes coisas planeadas, estávamos meio receosos sobre qual a aventura que nos poderia acontecer hoje!
Aproveitámos para dormir e para não ter horas para acordar, uma vez que o cansaço do dia anterior era mais do que muito. Quando acordámos de manhã ainda havia uma tarefa para resolver: garantir que íamos todos no mesmo vôo para Lima. Mais uma vez a nossa “amiga” LATAM tinha feito asneira com as reservas e tinha posto o Martim num vôo diferente da Mariana e dos miúdos. Em Lima tinham-nos dito que isso estava resolvido, mas as confirmações que recebemos no e-mail indicavam o oposto. Após várias tentativas de chamadas telefónicas que não resultaram em mais do que falar com um robô, era preciso ir até ao aeroporto para resolver o problema. Depois de tudo o que o Perú nos tinha trazido a última coisa que nos apetecia era viajar separados.
Quando o Martim se preparava para sair para o aeroporto, na recepção informaram-no de que havia uma loja da LATAM no centro de Cusco e que talvez eles conseguissem ajudar. A loja ficava a 10 minutos a pé e lá foi o Martim. Quando chegou percebeu que realmente a Mariana e os miúdos estavam já “prometidos” para irem no vôo das 18h50, mas que não tinha sido confirmado pelo sistema. Assim, a tarefa foi bastante mais simples do que inicialmente imaginado, mas não deixa de demonstrar a incompetência desta companhia aérea. Porque razão inicialmente a reserva do Martim (pai) tinha desaparecido e porque razão no vôo de regresso estávamos todos separados? Perguntas que acho que nunca terão resposta, mas o importante é que tudo se resolveu e ficámos com mais histórias para contar.
As últimas horas em Cusco foram aproveitadas para fechar malas e para dar as últimas voltas pela cidade. Começámos por ir à lavandaria buscar alguma roupa e percebemos rapidamente que o barato saiu caro. Alguma roupa tinha tingido e a outra tinha encolhido.
Da lavandaria seguimos para uma loja de chocolates (Origen) que ficava ao lado do nosso hotel e que tinha óptimo aspecto. Provámos alguns chocolates, comprámos outros e ainda deixaram o Martim entrar dentro da mini fábrica para ver como se faziam os chocolates.


Já a hora de almoço se começava a aproximar e no caminho para o restaurante, ainda tínhamos que passar na loja dos postais para trocar os da Rainbow Mountain, já que o program a saiu furado, e a Mariana também queria ir a uma loja para comprar uma mochila que estava a namorar e a negociar desde o primeiro dia. Compra feita e a Vera começava a dar alguns sinais de cansaço, pelo que deitámos o carrinho para ver se fazia a sesta antes de chegar ao restaurante. Como a chuva começava a ameaçar decidimos que a Mariana e o Martim iam andando e o Martim dava ainda umas voltas com a Vera para ver se adormecia.
Com a Vera já a dormir era hora de pedirmos o nosso almoço no Morena. O restaurante fica mesmo na Plaza de Armas e a vista parecia um postal. Aqui em Cusco, ao contrário da grande maioria das cidades, há restaurantes bons na praça central. Claro que também há aqueles com fotografias à porta e com homens a andar atrás de nós com os menus, mas sobre esses já não podemos opinar!
Em boa hora fomos ao Morena e só foi pena ter sido no último dia, porque foi o restaurante que mais gostámos em Cusco. Com uma decoração muito gira, uma comida óptima e os melhores Pisco Sours que bebemos, estávamos rendidos. Pedimos um caldo de galinha (parecido com a nossa canja), que é um prato típico de cá, um quinotto vegetariano, umas brusquetas e um salmão grelhado com arroz para os miúdos e estava tudo maravilhoso. Ao fim de quase 1h30 de sesta a Vera acordou e ficou radiante por saber que tinha uma canja à sua espera. Estava a suplicar por uma desde o pequeno almoço!





Como entretanto não parava de chover, os planos para deambular mais por Cusco foram literalmente por água abaixo. Não nos apetecia ficar encharcados antes de irmos para o avião e depois de todas as peripécias dos últimos dias queríamos tentar ter um dia mais tranquilo! Fomos ficando pelo restaurante e quando eram horas de sair para irmos para o aeroporto, fomos andando e pelo caminho ainda passámos na livraria de Cusco que vende selos e tem um mini correio para conseguimos pôr mais uns postais a caminho.

No hotel tinham-nos dito que o táxi para o aeroporto custava 20 soles (cerca de 5€), mas sabíamos que se chamássemos um táxi no meio da rua essa viagem nos sairia por metade do preço. Quando estávamos a chegar ao hotel para ir recolher as malas passámos por um táxi e dito e feito. Sem sequer ter vontade de negociar muito a viagem ficou por 10 soles.
Chegados ao aeroporto era hora de fazer check-in e tentar que não vissem a quantidade de malas que tínhamos para levar na mão, visto que só tínhamos direito a uma mochila cada um! Para nosso grande azar, fomos logo apanhados por uma senhora que disse ser impossível e que teríamos que despachar pelo menos duas das malas. Entre muita estratégia de casal e algumas inverdades aqui e ali, lá nos conseguimos safar e praticamente fugir para a porta de embarque sem ter de despachar nenhuma mala. Sabíamos que quando chegássemos à porta de embarque, iríamos dar de caras novamente com a senhora do check-in. Ela bem olhava para nós, mas como estávamos sempre a desviar olhares e a fugir um bocado dos sítios onde ela estava, acho que assumiram que não iriam ganhar esta guerra pelo que nos deixaram entrar no avião com as malas e mochilas todas.


Aterrámos em Lima às 20h00 e fomos directos para o hotel que fica do outro lado da rua do aeroporto. Ficámos no mesmo do primeiro dia do Perú e por isso deixaram-nos guardar algumas malas que não precisávamos de levar para Cusco. O problema foi quando chegámos ao quarto e começámos a tentar fazer as malas para amanhã ir embora para um novo destino. As roupas dos quatro estavam espalhadas por várias malas e precisávamos de re-organizar tudo. Começámos a tentar e ao fim de 1 hora desistimos e pensámos que seria melhor fazer isso amanhã. A Vera não parava quieta e não se calava um segundo e nós num misto de nos rirmos à gargalhada com ela por um lado e de nos zangarmos por outro. Já o Martim estava tranquilamente deitado na cama a ver uns desenhos animados que passavam na televisão. Antes de irem dormir disseram que estavam com fome, uma vez que tinham comido no avião de Cusco para Lima, pelo que ainda tivemos que pedir um room service e assim nós também aproveitámos para jantar. Todos de barriga cheia e era hora de ir dormir porque já passava das 23h00.
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